Pelas janelas e sacadas elas andam espalhadas
Protegendo trapezistas e o próprio público que atento observa os pulos e saltos ornamentais, as redes de segurança começaram a ser utilizadas em circos, assegurando o suporte necessário aos artistas após o final dos espetáculos. Essas malhas amplas, flexíveis e resistentes são importantíssimas para o sucesso e a segurança dessas apresentações. Posteriormente, com o desenvolvimento de edificações mais modernas e inovadoras, sob o aspecto do design e da arquitetura, novas demandas de proteção, tanto durante a construção quanto após a entrega das obras surgiram como opções de proteção com o uso de redes de segurança.
Do picadeiro para o dia a dia
Ao adquirir um imóvel uma das muitas preocupações dos pais e de criadores de animais é a segurança interna do local. Condomínios com enormes janelas e sacadas amplas oferecem não só uma bela vista, mas também o receio com a livre circulação de pets e crianças nesses espaços. Porém, engana-se quem pensa que esse temor surge pelos somente pelos pavimentos já acabados e entregues de uma edificação. Desde a execução das formas da primeira laje o risco de quedas se apresenta e com ele a imediata necessidade de proteção dos colaboradores que irão desenvolver atividades diárias nessas frentes de trabalho. As redes de segurança chegaram ao mercado com o objetivo de eliminar de vez esse receio para o construtor que não pretende expor os seus profissionais aos riscos da atividade em altura. Contando atualmente com inúmeros modelos de proteções coletivas, constituídas por redes e telas de proteção, à construção civil foi favorecida com esses avanços, podendo recorrer a outras medidas além do velho e conhecido guarda corpo rígido previsto na Norma Regulamentadora 18. Entretanto, passado o período estático (com o perdão do trocadilho) dos guarda corpos, os sistemas de rede preservam uma característica obrigatória, positivamente mantida, para assegurar os parâmetros mínimos de resistência dos dispositivos protetores instalados em obra. Conforme a Recomendação Técnica de Procedimentos (RTP 01 – Fundacentro) os sistemas de proteção precisam atender a resistência mínima de 150 kgf por metro linear, considerando qualquer ponto do conjunto de proteção. E é nesse momento que surge a dúvida: Como verificar essa condição?
Como eu havia dito no início. Só um teste dirá.
Se joga… Não!
Longe de envolver o arriscado procedimento de autoteste, como fez o instalador de redes de proteção para sacadas que viralizou na internet, o ensaio de resistência, aplicável às redes de proteção é completamente diferente e totalmente seguro, para o instalador e para os futuros beneficiários do sistema periférico. O teste envolve a etapa prévia de instalação das redes, atendendo às orientações e especificações técnicas do projeto executivo. O instalador, devidamente vestido com seus equipamentos de proteção individuais e conectado a um elemento de ancoragem da edificação (ganchos, olhais, pilares, etc.) procederá a instalação regular dos elementos de fixação das redes de proteção ou utilizará de componentes anteriormente posicionados e consolidados no momento da concretagem da estrutura. Realizado o completo posicionamento das redes em todo o perímetro definido para o teste e efetuadas todas as amarrações das cordas, perimetrais e de união, o sistema apresenta a condição ideal para a realização do teste efetivo. É só arremessar!
O resultado esperado.
O ensaio precisa demonstrar que o conjunto funciona em sua totalidade e nada melhor do que um pêndulo para simular a reação de todos os elementos simultaneamente, antes e durante a ocorrência do impacto. Após a instalação da rede, o local deve ser preparado para a realização do teste. É instalada, em paralelo a rede, uma massa com peso (em média 80 kg) e altura definidos. Esse volume é afastado da rede de maneira que após o arremesso ocorra uma colisão de aproximadamente 8 km/h entre a massa e a rede já posicionada. Antes e depois do lançamento do volume as dimensões obtidas são registradas e as variações do material empregado no conjunto de proteção são fotografadas para o cruzamento dos dados iniciais e finais. Com base nessas informações são verificadas as condições de desempenho dos pontos de fixação quanto a aderência e coesão à estrutura da edificação, são analisadas as respostas de performance do material que constitui o sistema de segurança propriamente, tais como sinais de esgarçamento, desgaste ou ruptura da trama e por fim são analisados o comportamento de ligação das cordas de união entre a matéria têxtil e os elementos metálicos de ancoragem das redes. Reunidos esses dados e realizados os cálculos de resistência dos materiais empregados, agora será possível afirmar se está ou não seguro o sistema de proteção adotado em obra. Vamos conferir?